Maria, a viajante que não sabia sorrir.


     Seu nome era Maria e ninguém sabia de verdade da onde ela tinha vindo. Seu cabelo era cor de escarlate e seus olhos tão negros e profundos que você não encontraria nada ali, apenas o vazio da existência daquela que não sabia sorrir. 

     Maria vagava de planeta em planeta esperando alguém para lhe pagar uma bebida e talvez procurando algo que a fizesse enxergar o que todo o universo tinha para lhe mostrar e que sempre que alguém olhasse em seu olhos não sentisse vontade de se afastar e sim de permanecer ao seu lado. Já havia recebido bebidas dos mais variáveis seres intergaláticos, viajantes que assim como ela tentavam por todo infinito encontrar o lugar que chamariam de casa.

      A garota cansada daquela vida de nada sentir saiu em direção a estrela mais próxima onde faria o escarlate de seus cabelos se fundir com o vermelho vivo e todo seu sofrimento acabar. Já estava pronto para o mergulho na bola de luz quando um pirata espacial passou do seu lado e parou , ela  deu suspiro pesado, não queria que a interrompesse agora, queria sentir o calor se chocar contra sua pele, ela só queria sentir...
     O Pirata ficou parado apenas a observando, ele usava um tapa olho e suas orelhas eram semelhantes com a de um cachorro. Maria por outro lado percebeu que algo estranho se desenhar nos seus lábios por conta de toda a situação, o caolho com orelhas de cachorro não falaria nada? Eles sempre falavam! Ela iria se jogar em uma estrela, acabaria com sua existência sem sentido, ele precisava falar alguma coisa! 
     Irritada, Maria o fitou seriamente e com a sua voz que muitos diziam que era como a de uma sereia indagou:
- Você não vai fazer nada? vou me jogar dentro dessa estrela e ninguém ira ganhar mas a aposta que se forma em cada bar do universo que eu entro, ninguém ira me fazer sorrir ! - O pirata apenas deu um sorriso bobo e disse despreocupado:
- Eu não precisei fazer nada e você sorriu, não contarei para ninguém, pode continuar a ganhar suas bebidas por aí.
     Maria tapou os lábios, ela estava mesmo sorrindo e só depois de muito tempo entendeu o porque: a ideia de acabar com a própria vida era mesmo  estúpida e o fim não era o que ela o que desejava, percebeu também que só não sorria por não querer. 
     Deu um sorriso largo pela primeira vez da sua existência e o Pirata com orelhas de cachorro retribuiu, timidamente ele esticou a mão e a puxou para seu barco, ela não foi resistente, saberia que a partir de agora poderia enxergar as coisas como elas realmente são. 
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     Bom, essa história veio na minha cabeça agora porque eu passei o dia cismado com piratas e olhos profundos, espero que tenham gostado e sempre: desculpem eventuais erros de português/digitação.
                                                        
Bispo Negro 

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