Imperfeita perfeição

          Não, eu não sou bipolar. O título acima é a realidade da maioria dos meus dias. Sempre fui criado numa bolha de doutrinas e costumes que se praticados me tornariam, supostamente, uma pessoa boa. Ao meu ver, são limites que os valores da sociedade impõem às atitudes. Atitudes que, por serem limitadas, impedem uma sociedade melhor.

          Surpreendo-me como a mente humana é vulnerável a ideais superiores. Pior que isso, é enlouquecedor pensar que uma pessoa só se torna inferior por aceitar a condição de uma outra mente. Filosófico, não? Mas não é sobre isso que quero falar.

          Às vezes penso que sou uma excessão em meio a tantos comuns. Sempre fui curioso. Pergunto muito, duvido de tudo. E nunca me dou por satisfeito: volto a perguntar, volto a duvidar. Desconfiar do chão, do céu, de todos que estão ao meu redor. 

          Não considero isso um descrédito, mas uma virtude. Desconfiar é bom quando isso me faz crescer. Desconfio de meus atos, de meus pensamentos. Fico numa constante busca por torná-los melhores, mas da forma que eu assim os vejo! Talvez isso explique o espírito de independência que vive aprisionado em meus atos escondidos: não gosto de seguir padrões.

          A desconfiança me levou a concluir que não existe perfeição. O status de perfeito sempre pode ser substituído por algo ainda melhor. E embora isso me faça sonhar alto, eu não temo cair. Porque deconfiei, porque conheci. E o perfeito é só mais um limite que me impede de fluir...

         Eu não tenho medo dessa imperfeita perfeição. Talvez seja loucura minha imaginar que há forças no mundo que nos impedem de pensar. Ó sociedade, desculpe-me pelo tiro nas costas, mas eu aprendi a desconfiar!


Cavalo Negro

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