Quarto vazio.

          Faz sentido perceber como algumas situações causam outras totalmente contraditórias. Bem, isso passa muito pela minha mente e eu consigo estabelecer um nexo entre o passado e o agora. O tchau de ontem me impede o oi de hoje. 

          Sim, foi um grande conjunto de despedidas. Adeus amigos, nos vemos amanhã. Adeus primos, nos vemos no próximo Natal. Adeus pai. Além disso, há aquelas pessoas tão comuns, onde não se há olás nem adeus.

           É hora de ir pro meu quarto. Olá Teto, como vai? Por que me observa tanto? Há o meu travesseiro, veja, bem ali ao lado. Talvez ele esteja carente de atenção, ou precise de um abraço bem demorado. Com licença Sr. Teto, vou abraçá-lo e pedir para que ele não chore. Logo o amanhancer desperta e eu o levanto para ver o sol. 

          Ah, veja lá, o sol junto ao céu. São tão lindos juntos. E eles nunca se separam, a lua é apenas uma fantasia noturna. Mais sensual, talvez. É bonito o cair das folhas, mas só até que estas cheguem ao chão. Porque quando terminam de cair, elas estão vazias, vazias de amor. Foram abandonadas e substituídas por outras folhas novas e belas. 

          E a rotina está aí. Meus estudos, minhas diversões, meus papos. Sempre fui o melhor aluno da classe. Nunca precisei de dois joysticks no meu Playdois. Quando eu falo, eu me escuto. Se eu erro, eu conserto, ou me machuco. E se não fui eu, sou eu.

          Assim levei toda minha vida até aqui. Acostumei com o que dizem aí ser solidão. Não por obrigatoriedade, mas por opção. Afinal, eu poderia ter tentado conseguir um segundo jogador no videogame, que não fosse o próprio videogame. Eu deveria ter gritado para todo o mundo ouvir, quando eu apenas pensei. Eu poderia até ter me machucado mais, mas que fosse por outro alguém, e não por aqueles que me disseram "não". Agora tenho que aprender a sair dessa jaula, pois o zoológico fechou, e as feras avançam sobre mim.

Do escuro, Cavalo Negro ♞ 

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